Uma vez pensei em ser um professor, talvez pelo fato que minha mãe era professora, fez então o curso de Licenciatura em Ciências Com Habilitação em Matemática (curso já extinto) na UERN, concluido em 1993 com colação de grau em janeiro de 1994. Fez, então dois concursos na UERN para professor, um creio que em janeiro de 1994 e outro em agosto de 1994. No primeiro não obtive pontuação para aprovação e só no segundo vieram os bons resultados. Desde lá sou professor, profissão que escolhi. Para mim ser professor é um facínio, eu me divirto ensinando aquilo que aprende com os meus mestres, com os meus livros e com minha esperiência. Mas infelizmente, esta profissão vem perdendo sua importância, os salários são inferiores a de muitas categorias que exigem nível superior e até mesmo nível fundamental e médio, principalmente, os professores responsáveis pela educação de base. O município e o estado, os maiores empregadores da categoria pagam salários muito abaixo da média. Por esta razão, bons licenciados está ficando cada vez mais raro, uma vez que os que procuram a educação são em geral pessoas que não conseguém sucesso em vestibulares para outras áreas e, portanto, veêm nas licenciaturas uma saida. Uma classe cada vez mais desfavorecida procura os cursos na área das licenciaturas e os de classe mais elevada, os cursos que não são de licenciaturas. Muitos não com o objetivo de ensinar, mas de fazer concursos públicos em outras áreas mais promissoras que só exigem a graduação não importando em que. Daí, o desinteresse total por algumas componentes curriculares do curso que não são cobrados nestes concursos. Neste caso terminam seus cursos de qualquer modo ou valorizando apenas aquilo que é interessante para eles e muitas vezes se tornando pécimos professores, aqueles que só sobrou a sala de aula. O ensino cai de produtividade e gerações e mais gerações são prejudicadas. É interessante ser professor? Sem dúvida que é uma profissão desvalorizada, mas muito bonita e formadora da sociedade, uma sociedade instruida é uma sociedade rica. Por quê não investir na educação? Não sei, certamente para alguns grupos quanto menos instruida for a população melhor e com isto se justifica o grande número de pessoas sem instrução alguma, ou com pouca instrução. Até onde vamos com este tipo de pensamento? Com certeza ao fundo do poço, precisamos mudar e respeitar mais os nossos educadores iniciando com uma política salarial séria e de valorização do profissional e mais recursos para sua melhoria como profissional, promovendo os cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado qualificando assim seu corpo docente em todos os níveis. Isto já ocorre com os professores universitários, mas devemos extender esta oportunidade para os nossos professores do ensino fundamental e médio.
Valorizar o professor. Além do tema salário muito bem colocado pelo Prof. Dr. Ronaldo, precisamos lembrar de valorizar também o ensino dentro da sala de aula e no acompanhamento do crescimento do aluno durante sua vida escolar, tarefas estas negligenciadas ou muitas vezes sem a devida valorização. Por exemplo, quem valoriza o professor que elabora bem a aula que vai ministrar, preocupado com a forma como se dirigirá ao seu aluno, com exemplos esclarecedores e de aplicações. Quem valoriza o professor que fica horas para elaborar uma avaliação seja ela prova, trabalho, seminário ou simplesmente atividades que visam esclarecer conceitos e detalhes que o aluno não consegui ver sozinho lendo o livro? Esse professor que se preocupa com o que seu aluno está aprendendo ou não, que procura usar recursos diversos e dá um acompanhamento diferenciado ao aluno com atendimentos fora do horário de aulas pra tirar dúvidas e etc. tem a mesma valorização daquele que vai à sala de aula preocupado apenas em passar o tempo e receber no fim do mês seu diminuto salário, ou às vezes preocupado com a outra atividade que pra ele é mais importante por lhe render um salário melhor, nesse caso encara a sala de aula como um bico.
ResponderExcluirÉ preciso encontrar uma forma de estimular e valorizar o professor que leva a sério o ensino na sala de aula, através de um plano de carreira de melhoria de salário para esse professor. Uma forma para avaliar não aquele que aprova em massa seus alunos, mas que se dedica na árdua luta de ensinar com empenho, dedicação e entusiasmo. Desta forma creio que melhores e mais comprometidos profissionais se interessarão em ser professor.
Esse é o grande desafio, aumentar o salário por aumentar não adianta, é preciso valorizar o profissional que de fato veste a camisa do ensinar. Para isso é preciso uma forma de avaliar o trabalho deste profissional em relação a esse trabalho, como fazer isso, sem ser de forma demagógica, por conveniência ou simplesmente por interesse político? Como efetuar uma avaliação do trabalho docente da sala de aula que de fato valoriza que ensina e não quem engana, quem faz na prática e não apenas no papel em forma de projetos maravilhosos mas que não funcionam, quem não é apenas assíduo mas que faz a diferença quando está presente?
Emivan Ferreira da Silva
Professor Me. da UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso.